Para que seja possível especificar uma localização em um plano, não basta só um par ordenado, é importante que primeiro seja definido uma origem e um sistema de coordenadas. Diferentes origens e sistemas de coordenadas geram diferentes pares ordenados para o mesmo ponto, vide figura.
As Coordenadas Cartesianas, ou Plano Cartesiano, levam este nome em homenagem ao seu criador, o filósofo e matemático francês René Descartes. Tipicamente, adotam-se dois eixos perpendiculares que se cruzam num ponto. O eixo horizontal é chamado de abscissa ou eixo-\(x\). O eixo vertical é chamado de ordenada ou eixo-\(y\).
Os eixos cartesianos dividem o espaço em quatro quadrantes, como ilustra a figura, de forma que um par ordenado \(A=(a,b)\) vai pertencer a cada quadrante quando.
Quando temos pares ordenado para os quais conhecemos os valores de suas componentes, podemos localizar explicitamente, no espaço, os pontos que estes pares representam. Para isso, antes precisamos definir e numerar os eixos coordenados, como foi feito na figura acima.
Observe os quatro pares: \(A(5,5)\), \(B(-4,3)\),\(C(-2,-5)\) e \(D(2,-2)\). A representação destes pares em eixos coordenados perpendiculares está representada por pontos na figura abaixo. Repare que, neste exemplo, cada ponto pertence a um quadrante diferente.
Em geral, pontos são rotulados com letras maiúsculas. Por exemplo, quando um par ordenado \((a,b)\) denota um ponto \(A\), é comum escrever $$A=(a,b)$$ ou $$A(a,b).$$
A distância entre dois pontos é definida como a menor distância que se pode percorrer para ir de um ponto ao outro. No caso, a menor distância entre dois pontos é medida sobre um segmento de reta que vai de um ponto ao outro.
Para calcular a distância entre dois pontos, considere um ponto \(A(a_x, a_y)\) e um ponto \(B(b_x, b_y)\), como está ilustrado na figura acima. A distância \(d\) entre \(A\) e \(B\) está representada como um segmento de reta roxo que liga os dois pontos.
É possível relacionar a distância \(d\) com as componentes dos pontos se utilizarmos o Teorema de Pitágoras. Como ilustra a figura acima, teremos: $$ d^2 = (a_x - b_x)^2 + (a_y-b_y)^2, $$ logo \(d = \pm \sqrt{(a_x - b_x)^2 + (a_y-b_y)^2},\). Como distâncias são grandezas positivas, a parte negativa pode ser ignorada. Finalmente, a distãncia entre dois pontos pode ser escrita como: $$d_{A,B} = \sqrt{(a_x - b_x)^2 + (a_y-b_y)^2}.$$
Repare que a distância de \(A\) até \(B\) é a mesma que de \(B\) até \(A\), logo $$ d_{A,B} = d_{B,A}.$$
O cálculo de distância entre dois pontos sugere a definição do deslocamento. Dados dois pontos, \(A(a_x, a_y)\) e \(B(b_x, b_y)\), o deslocamento \(\overline{AB}\) é definido como $$\overline{AB} \equiv B-A \equiv (b_x-a_x, b_y -a_y) .$$
Apesar de \(\overline{AB}\) sugerir um segmento que sai de \(A\) e vai até \(B\), por ele ser representado por um único par ordenado, devemos entender que sua origem, na verdade, concide com a dos eixos coordenados.
Baseado no Teorema de Pitágoras, podemos definir o módulo de um par ordenado \((a,b)\): $$ |(a,b)| \equiv \sqrt{(a^2 + b^2)}.$$
Usando a definição de módulo e de segmento de reta, podemos representar o comprimento do deslocamento entre dois pontos \(A\) e \(B\) como: $$ d_{A,B} = |\overline{AB}|.$$
Dado dois pontos, \(A\) e \(B\), podemos encontrar um ponto \(M\) que está no meio do caminho retilíneo entre \(A\) e \(B\). Para encontrar \(M\), precisamos começar de \(A\) e percorrer metade do deslocamento até \(B\), ou seja $$ M = A + \frac{\overline{AB}}{2} = A + \frac{B-A}{2}, $$ de forma que $$ M = \frac{A+B}{2}.$$